SOCIEDADE 2 X 0 HIPOCRISIA.

Enfim a sociedade dá o troco. Nesse fim de semana me depaarei com duas situações ocorridas no meio público que me fizeram parar e pensar. A primeira foi o julgamento da década: o caso dos Nardonis. Eu aqui confesso que estava na maior torcida, como num pay-per-view futibolistico, para que esses dois MONSTROS, fossem condenados. Por que aqui não tem cadeira elétrica ou prisão perpétua pra esses infelizes? Uma pena, mas uns bons 30 anos de cadeia foram até justos. Quando ouvi o veredito na tv, parecia um gol do Brasil, um toch down americano, uma cortada do Giba, um Ipon do Thiago Camilo, uma bandeirada de chagada dos bons tempos do Senna. Uma comoção nacional, parecia que a sociedade estava lavando a alma as custos do casal Adams piorado, pois Mortiça e Gomes perto deles são anjos de candura. O Brasil parou pra assistir dois caras de pau, malucos e psicopatas tentatem encobrir um crime a uma criança indefesa, pior, filha do filha da p... É de perder a linha amigos, perdão. Mas como nos filmes de Hollywood, o bem prevaleceu: SOCIEDADE 1 X 0 HIPOCRISIA. Outro caso que me chamou a atenção, foi a repercução dada ao famingerado BBB. Aliás, que coisa chata, confesso que já assiti a outras edições, mas a mesmisse e a chatisse dos participantes me deixou sem vontade de ver o programa. Mas o Brasil parou de novo. O paredão do programa: de um lado o PITBULL, representando o lado conservador da sociedade, que descrimina o arco-iris, que vê que as coisas estão foras do prumo, que o mundo gay ta invadindo nosso lado da cerca, o lado de quem não gosta do mundo do lado de lá, que se sente um estranho no ninho. Aqueles que se incomodam com beijos do mesmo sexo, que não veem bem a casais iguais de mãos dadas na rua passeando livremente, enfim, uma volta aos bons tempos, os tais bvons costumes, onde "eles" tinham que fazer as coisas as escuras. Do outro lado o TRANSFORMISTA: gay assumido, classe que adora o arco-iris, que tudo pode, nada é proibido, que tem a cabeça aberta, que quer beijar na boca e ser feliz, que não aceita preconceitos, que tão ai no mundo em numeros cada vez mais alarmates, mas que tão ai com seu sustento, sem dever nada a ninguém. Criticam, tem opinião própria, são bem unidos e buscam seus ideais. Eu sou o juiz, não me entendam mal, escritor não tem partido ou ideologia sexual, pelo menos o escritor que quer fazer você pensar. Não tenho lado, apenas observo, sou o muro literalmente. Mas o PITBULLganhou, e ai? Foi uma resposta da sociedade? Um retrocesso? Uma manifestação de que a coisa não ta boa? Ou apenas um paredão simples como qualquer outro do BBB, sem nada por trás, sem ideologia, sem partidos, bem anjelical, como um par ou impar. Pode ser, mas pare e pense nisso: SOCIEDADE 2 X 0 HIPOCRISIA.

DE VOLTA AO COMEÇO, MAS BEM MAIS MADURO.

Depois de acreditar em fadas e cavaleiros, adentrar em florestas sombrias, mergulhar em lagoas quase perfeitas, se encantar por sereias-vampiras e achar que o sentido da vida esta em se apaixonar e buscar a felicidade a qualquer preço, resolvi dar um breque. Volto então pela contra-mão. Sim, meio que "Paulo Coelho" em O Alquimista, acreditando que o meu tesouro está enterrado no meu quintal, ou pelo menos enxergá-lo como sendo um tesouro, já que as joias que achei pelo meu caminho, não eram tão reluzentes assim. Nesses trajetos, vi que damos pouco valor a coisas que estão bem ai pra se ver, e nem notamos. Como ler um bom livro, ouvir uma música que nos toca, apreciar uma paisagem, ver asa deltas despencarem da rampa da Praia do Pepino, como gaivotas soltas no ar, num balllet que nem acreditamos como o homem pode fazê-lo. Olhar o mar, se atirar nele, curtir o momento, tomar um banho de piscina, cutir um sol e um churrasco. Pedalar na lagoa, sim coisa tão infantil, mas ao mesmo tempo tão libertadora. Curtir os amigos, eles que nos dão força, quando estamos "down", e se divertem conosco quando estamos "up". Passo a enxergar que se apaixonar é um estado de espírito e não uma busca frenética. Cuidar do corpo e da mente dá muito mais satisfação do que do alardes amorosos. Sexo é bom, mas malhar é tudo. To meio "gay" eu sei, mas acho que é o momento de introspecção. Ele é único, é um encontro seu com você mesmo. É quando você enxerga a sua alma. Só assim você poderá enxergar alguém, e caminhar com ela (e) ao seu lado. Pensem nisso amigos, para amar alguém, você tem que se apaixonar primeiro por você mesmo. É uma dança onde você dança consigo mesmo. Tem que estar concentrado, se não você pisa no seu próprio pé. Toda busca tem um preço, e você tem que estar disposto a pagar, mesmo que custe os olhos da sua cara. Senão, você sairá da estrada, igual como começou: verde e não maduro.

ESSE SOU EU, MUITO PRAZER.

Depois de estar entre o "homem galinha" e o "gay", para as coisas ficarem mais as claras, pelo menos para minha cabeça, resolvi me definir. Poxa! Já to ficando preocupado, meio que sem identidade. Mas vou me expor, e daí? Não devo nada a ninguém, que se exploda! Se eu fosse um FILME, eu seria EM ALGUM LUGAR DO PASSADO; bonito, singelo, bem romântico, mas triste na essência. Em dias de TPM masculino (existe esse troço?), sou TROPA DE ELITE, dinâmico, arrassador, implacável. Em dias mais suaves, sou A FANTÁSTICA FÁBRICA DE CHOCOLATE (1ª versão lógico), brincalhão, esperançoso, enfim uma criança grande. Em dias de depressão sou NOITES DE TORMENTA, triste, sem esperança no amor ou achando que a felicidade acaba na primeira esquina que eu for virar. Se eu fosse uma MÚSICA, seria PRINCESA e NOITES COM SOL (Flávio Venturini), algo singular, cheio de amor pra dar. Seria DIGITAIS (Izabella Taviani), meio pé no chão e realista. Se fosse CANTORES (AS), seria FLÁVIO VENTURINI, romatico de mais, seria CHICO BUARQUE inteligente de mais, seria MELODY GARDOT, triste de mais, seria MICHAEL BUBLÉ, conquistador de mais.Seria A-HA ou DEPACHE MODE, intenso e dançante. Se eu fosse uma SOBREMESA, seria um SORVETE DE FLOCOS, saboroso e bonito de se comer. Uma FRUTA, seria uma MAÇÃ, perfeita nas formas e no sabor. Se fosse um CARRO, seria um 1.0-POPULAR, bem simples, ou um uma PICK'UP S-10, forte e robusto. Um PERFUME, seria 212-MAN - CARROLINA HERREIRA ou DIESEL, marcantes e suaves. Um ESPORTE, seria BOXE, MUSCULAÇÃO, JUMP, SPINNER, NATAÇÃO, tudo ao mesmo tempo agora, e esse é o meu momento, totalmente fitness. Um JOGO, seria XADREZ, estratégico e elegante. Um VÍCIO, INTERNET e VIDEO-GAME, mas to me curando de ambos, ou melhor, trocando de vício, to lendo três livros ao mesmo tempo: O SÍMBOLO PERDIDO, A CABANA e AMOR É PROSA E SEXO É POESIA (Jabor), e to pensando em ler mais um, quem sabe consigo. Uma CIDADE, PARIS e ROMA, ambas espetaculares. Sou intenso, sou sonhador e pé no chão, sei o que não quero, mas o que quero talvez. Sou Luke Skywalker tentando salvar os mundos e converter seu pai ao lado bom da força, sou Darth Vader, cheio de conflitos, mau humorado, implacável, mas com a alma de um Cavaleiro Jide. Estou a procura dos meus limites, cada vez quero saber mais, viver mais, saber até onde meu corpo e mente suportam, Mas cada vez mais solitário, "Cavaleiro Negro que viveu mistérios"... "Aprendendo a ser só, para só ser"... mas no coração ainda um SONHO: Me apaixonar. Quase jogando a toalha, pois tá mais fácil ser amado do que amar. E um OBJETIVO: Ser feliz, mesmo que por espamos. ESSE SOU EU, MUITO PRAZER.

NARCISO E APOLO ERAM GAYS? O PECADO DO AUTO-CONHECIMENTO.

Num desses desabafos com uma amiga, ao dizer que "continuo só"! E já se vão quase um ano de separação, alguns namoros, mas nada que sustentasse o "fogo da paixão!" Aliás nunca houve paixão, sentimento esse congelado dentro deste ser. Ela me pergunta: "Você tem algum problema? É bonito, interessante, se cuida, um gentleman, mas ta sozinho e sempre insatizfeito. Você é gay"? Aquela pergunta invadiu meus ouvídos e me e me deixou meio perplexo. Por alguns segundos pensei nessa possibilidade, será? Ando tão "metrosexual". Preocupado com detalhes até então adormecidos, como corpo, beleza e mente. Mas nunca desejei homens, então como seria gay? Nada contra, mas cada um no seu quadrado. Em outras épocas ficaria PWTHO, mas como o amadurecimento, ri da pergunta. Quer dizer que um homem seletista, preocupado com sua estética, insatizfeito com o pouco conteúdo feminino, ou seus excesso e manias, que ainda não conseguiu se apaixonar ou sentir algo diferente que o faça novamente encarar uma relação duradoura, é gay? Ou quase isso? Então hoje o AUTO-CONHECIMENTO virou um PECADO? Sei lá, então eu sou gay. Eu, narciso, Apolo e outros que tiveram as mesmas preocupações. Talvez gay eu não seja, mas to me tornando um filósofo. Nem reconheço mais minhas falas. Tão ficando profundas. Ao invés de pensar em relacionamento homem x mulher, to malhando todo o santo dia, pelo menos três horas. Nunca fiz isso. Atividades físicas estão ocupando meu conteúdo vazio. To lendo três livros, nunca tinha feito isso, áliás, leio os três porque são ótimos, três assuntos distintos e consigo manter a atenção em todos com a  mesma eficácia, achava isso uma loucura. Talvez esteja exagerando, mas na solidão eu to me encontrando, to aprendendo a ser feliz. Até comprei uma bicicleta, melhor que casar né. E vou pedalar pelos parques e praias do Rio de Janeiro. Acho que com esse aprendizado, poderei deixar outra pessoa se chegar e ser feliz também. Afinal, o mundo é dúbio, dicotômico, tem sempre os dois lados, idas e vindas, embaixo e em cima, quente e frio, feio e bonito, rico e pobre, sol  e lua, enfim, sempre dois. Não posso ser dois, isso ainda não é possível pra nós humanos em 2010. Mas quem sabe um dia...