quarta-feira, 26 de maio de 2010

UM DIA FUI BONDOSO, PASSEI POR OTÁRIO E HOJE SOU CONSCIENTE.

Meio que sem inspiração, em estado de ibernação, ou letargia mesmo, fiquei ausente daqui, mas não abandonei o barco. Fiz uma reflexão, observei os caminhos andados, os olhares cruzados, os sins e os não, enfim, um retiro quase que espiritual. Infelizmente nesse balanço temporal, vi que fui usado muito mais que usei, fui sacaneado muito mais que sacaniei, mas penso eu, acordei a tempo. O que tem de pessoas, ou melhor mulheres que se vestem de cordeiro, mas seus olhares e apetites são de lobas, ou melhor hienas, é uma grandesa. Essas que não tem escrúpulos, apenas devoram a carne já podre, rindo. Mas, sempre se penera coisas positivas, amigos amigos, amores amores e familia familia, isso tudo vi que existe no meio do mar de lama que chamamos de vida comum. Eu prefiro me esconder agora na minh acaverna chamada lar, como um monge num monastério, ler meus livros, ver minha tv, e ficar quieto em casa. Pelo menos não gasto dinheiro e não bebo, assim não sou parado nas blitz dos bafômetros da vida e não faço mal ao meu fígado, além de ficar longe desse povo sanguinário e interesseiro que a noite abriga. Ontem eu achava que ajudava ao próximo e era bondoso, hoje vejo que era otário mesmo. Mas aos 43 anos acho que a tempo de não mais cometer esses erros. Esse povo de rua não quer ajuda, quer é se dar bem a qualquer custo, mesmo magoando a quem lhe dá a mão. Só lembro que dor de barriga não dá uma vez só, e agora amigos salve-se quem puder. E já que VOCÊ ta lendo isso, sai de ré mi-zê-fia. O bom de se chegar no fundo do poço é pegar impulso pra sair dele, e já to dando bye pra ele. Antes me definia como um cavaleiro incansável em busca de um amor impossível. Mas como no Alquimista de Paulo Coelho, o amor está em nosso quintal, é só saber enxergar. E hoje já me defino diferente, como alguém que se satisfaz com pouco, não almeja o que não pode ter, não inveja o que é dos outros e acalenta o que é seu, esse agora SOU EU, e ponto.